É difícil falar de D&D. Sua história é muito rica e
extensa, desde o início da década de 70, com o Chain Mail e todas aquelas
versões que os retro e oldschools adoram (Original D&D, o Basic D&D,
Classic D&D e suas “Rules”) seguiu década a década se renovando (vários Box
Sets), avançando (AD&D), reformulando (D20 e 4e) e agora, recapitulando(?)
com o D&D Next. Cada uma destas fases sendo defendida com unhas e dentes
pelos seus partidários. E não é essa a minha ideia, nem defenderei minha
preferência, nem entrarei em uma discursão sobre aspectos e histórico de cada
versão – não sou oldschool nem “newschool”, sou RPGísta e estamos ai para
conhecer novidades.
Sendo assim, vou apenas comentar e resenhar o D&D que
tive contato, suas características e como eu e meus grupos nos divertimos nele.
E o primeiro D&D que tive contato foi o Dungeons & Dragons Game, conhecido
como o “D&D da Grow”.
Dungeons & Dragons Game, o “D&D da Grow”
No início de 94, enquanto eu vagava pelas livrarias
procurando por livros-jogos, eu vi aquela magnifica caixa negra com um
poderosos dragão vermelho e o magnifico nome escrito, Dungeons & Dragons.
Pela caixa era um jogo magnifico, com regras, mapas e miniaturas de papelão
(que me atraíram muito pois eu fazia as minhas para jogar em AFF). E o
principal, aquele jogo em caixa era um RPG. Logo, chegando em maio, aquele foi
meu presente de aniversário. Ah como eu trazia aquele tesouro embaixo do braço!
Já joguei e gosto de muitos RPGs, mas, sem sombra de dúvida,
o D&D é o meu favorito, marcou minha vida como RPGísta (em todas as suas
versões que pude jogar) e iniciou a minha “era de ouro no RPG”, que se estendeu
do D&D, pelo AD&D até o D&D 3e (D20). Todos os grupos que joguei
passou pelo D&D: Rogério e Edgard no início (vindos do AFF); entrando
depois Fabiano e Rafael, que permaneceram por mais de uma década após a saída dos
primeiros; e entraram Rafael “D12”, Maurício e Alexandre; e depois Ciro e
Ricardo; e Fabricio e Felipe; depois formando outro grupo Fernando, Roberto,
Luciano, Lício e Leonardo; e muitos outros... muitos mesmo!
O Jogo
A caixa do jogo vinha com um livro de regras, uma coleção de
fichas “Dragon Cards”, um mapa da Masmorra de Zanzer Tem, uma coleção de dados
e miniaturas de papelão para a aventura. Esta caixa era voltada para introduzir
os novatos ao RPG. Suas regras era simples e resumidas, voltadas realmente para
aventuras iniciais, pois só iam até o 5º nível. Perto do Tagmar, esta caixa de
D&D era bem iniciante.
É estranho dizer que o D&D é um RPG clássico, ele É o clássico.
Ele é influenciado por tudo que há de clássico em Fantasia Medieval, com um
toque bem claro de contos Arthurianos, de Tolkien e lendas Gregas.
O D&D possui seis atributos básicos: Força, Destreza,
Constituição, Inteligência, Sabedoria e Carisma; determinados a partir do
lançamento de 3d6, ficando assim, entre 3 e 18. E, em cada atributo, há um
conjunto de informações e ajustes, como dobrar barras em Força, número de
magias conhecidas em Inteligência, ajuste de liderança em Carisma e etc.
Uma das grandes características do D&D é a presença das
classes estereotipas baseadas nas lendas e contos de fantasia medieval. O
D&D da Grow, porem, trazia ainda classes da antiga versão, onde não se
diferenciava Classe de Raça. São elas: Guerreiro, Clérigo, Ladrão, Mago, Anão,
Elfo e Halfling. As três primeiras classes bem conhecidas são tratadas como um
personagem humano. Já as últimas três telavam em conta estereótipos claramente
tolkianas. Os Anões e os Halflings são guerreiros com características raciais e
os Elfos são um misto de guerreiro e mago, com suas características raciais.
O D&D não possuía perícias nem qualquer características
que não sejam ligados a classe. As magias, como na maioria das versões do
D&D (exceção para a 4e), eram divididas por classe e círculos (níveis),
sendo bem estáticas, e sua utilização era baseada em meditação e não mana, uma
das grandes discursões do D&D.
O D&D contava com suas características clássicas: o Alinhamento,
que é tendência moral do personagem; a utilização de uma variedade de dados
para dano de armas, de magia e pontos de vida; contagem de experiência por
monstros derrotados e etc. Porém, ele trazia também características do D&D
mais clássico, abolido em versões futuras: o Tac0, uma chance de acerto baseada
em uma defesa decrescente, e a Jogada de Resistência dividida em 5 tipos de
ataques mágicos comuns: Veneno ou Raio Mortal; Vara Mágica; Petrificação ou
Paralisia; Baforada de Dragão; e Feitiços ou Cajados Mágicos.
A Aventura
A Aventura que vinha na caixa era a Masmorra de Zanzer Tem,
uma aventura simples de masmorra, onde o objetivo era fugir da prisão de um
feiticeiro maligno. O grande atrativo desta aventura era os cartões “Dragon
Cards” onde vinham a aventura. Em cada cartão vinha uma parte da aventura e as
regras do jogo necessária para jogar aquela parte. A aventura ia avançando
conforme o entendimento da regra ia avançando. Uma verdadeira didática RPGísta.
Regras limitadas e Aventuras ilimitadas
É difícil não gostar de D&D, ele é bem direto no que ele
propõem: aventuras fantásticas medievais. Não há sistema bem mais ambientado e
prático para este ambiente. Porém, o D&D da Grow era limitado, só permitia
aventuras até o 5º nível de personagem. Dava para se aventurar bastante, mas
quanto mais se aventura, mais se quer! Porem a grow nunca lançou os compêndios com
as regras mais avançadas para níveis mais altos. Nada, é claro, que não pudesse
ser adaptado com uma “house rule”. A Dragão Brasil chegou a lançar na época uma
matéria com regras para personagens até o 10º nível. Aquilo foi maravilhosos. Porém,
a vida útil do D&D na minha mesa estava chegando ao fim, pois a Abril
trazia para o Brasil o Advanced Dungeons & Dragons!
Agradeço muito a Grow e ao D&D! Eles propiciaram uma
época de muitas aventuras em minha vida. Aventuras mais simples e em uma época
de criatividade menos influenciadas. Boa época dos inicios de aventuras de
Galtan (Rogério), Acalanata (Edgard), Rhana (Fabiano) e Asgaron (Rafael).
Legal o artigo, acabei de comprar uma caixa de um colega de trabalho, não cheguei a jogar na época, joguei direto o AD&D.
ResponderExcluirCristiano, tem interesse em vendê-lo?
ExcluirTop de linha! Muito fera
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